The Sound Providers - An Evening With Sound Providers (2004)

Elegância e requinte!

São as palavras mais corretas para definir a arte feita por este duo californiano formado por Jason Skills e Solo. Como o blog completa este mês 2 anos de existência resolvi postar essa verdadeira pérola musical atemporal, digo atemporal por tratar-se de um álbum sem prazo de validade, que mesmo daqui a anos não deixará de ser atual, passando quem sabe até de geração para geração.
Sem dúvidas este álbum foi um divisor de águas dentro do segmento rap-jazz. Existe o rap antes e depois do "An Evening With Sound Providers", lógico que não podemos esquecer dos grandes clássicos do rap-jazz feitos antes, mas convenhamos, The Sound Providers aprimorou o que já parecia algo extraordinário e deu um toque de classe, além de uma conotação digamos assim mais respeitosa aos outros tantos que já vinham arquitetando a cena alternativa em se tratando do rap.
Essa dupla basicamente calca seu trabalho em melodias e samples de jazz, bossa nova e alguns grooves de funk que tocam e soam com tal levesa e classe que vão fundo na alma de qualquer um que ouça com a devida atenção. O disco é enfático e contextual, possui instrumentais de extrema qualidade, e conta ainda com participações de peso como: Little Brother, The Procussions, Asheru, Maspyke e Wee Bee Foolish.

Fica complicado destacar somente uma ou duas faixas, já que a o álbum todo responde por si. Altamente recomendado aos amantes do jazz e da boa música em geral.

Souls Of Mischief - Montezuma's Revenge (2009)

De volta aos trabalhos...

Saiu finalmente o tão aguardado novo álbum do Souls Of Mischief. Depois de longa data sem lançar nada relacionado ao grupo, Opio, A-Plus, Tajai e Phesto ressurgem mostrando que o tempo só fez bem aos hoje veteranos do coletivo Hieroglyphics.
O álbum contou com a importante participação de Prince Paul e Domino na produção da maioria das faixas, dando a pitada certa de criatividade e coesão ao "Montezuma's Revenge", que ao meu ver trouxe muito mais do que a já conhecida fórmula vista em outros tempos, algo que foi muito além da indentidade e do próprio estilo existente. Parece ter dado nova vida, uma espécie de upgrade, prova disso é a faixa "Proper Aim" que me deixou intrigado, pois quando ouvi pela primeira vez, parecia ter ouvido aquelas vozes antes em algum lugar (realmente sim), mas não sabia de fato quem eram pois aquela base, aquela caixa "seca", aquele baixo marcado e viciante fugia de tudo que o "grupo até ali desconhecido" já havia feito, soava "old school", mas com uma pegada jazz pesada. Meu susto foi maior ao saber que se tratava do Souls Of Mischief.
Por instantes fiquei boquiaberto e ao mesmo tempo esperançoso ao ver que ainda existem grupos que se preocupam com a sonoridade de seus discos e buscam inovar, fugindo da mesmisse, fazendo algo significativo e marcante.

Destaco além da "Proper Aim" (Prod. by Prince Paul), a empolgante "Tour Stories" (Prod. by Domino).
Não posso deixar de destacar também a arte da capa do álbum que ficou por conta do estimado ilustrador Steve Lopez, famoso por fazer ilustrações para outros nomes da música como Erykah Badu.